quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Tecendo o fio do cordel...


Há quase um mês iniciamos o processo criativo do espetáculo O Teatro é de Cordel, na verdade o processo começara desde maio de 2011, quando fizemos as primeiras intervenções do “Candieiro Encantado” nos bares da cidade. Nessas intervenções percebemos o potencial dramático das historias dos cordéis, que mesmo sendo em um local “inadequado” para se fazer Teatro funcionava de maneira encantadora, o jogo entre a platéia e os atores muitas vezes era disputado entre abrir de garrafas e os carros na rua tocando Black Style, um exercício de concentração e entrega indispensável para o ator.
Agora renovados e inquietos, seguimos com gana de pesquisador - afinal muito já se falou ou já se fez sobre a literatura de cordel – “viajando” nas novas possibilidades de se interpretar um tipo de texto feito para se “contar”, nessas ultimas semanas varias foram as viagens motivadas pelo folheto de cordel mais vendido “A chegada de Lampião no Inferno” de José Pacheco, narra-se o momento em que Lampião, impedido de entrar no Inferno, ameaça fazer um escarcéu. Em resposta, o diabo reúne um exército de demônios para enfrentar Lampião. O saldo da briga é terrível: além de vários dos homens de Satanás mortos, Lampião provoca um incêndio no mercado local e no armazém de algodão, o que leva o diabo a lamentar o prejuízo. Por fim, impedido de entrar no Céu e no Inferno, Lampião toma caminho ignorado, embora o narrador imagine que talvez tenha o cangaceiro voltado para o sertão, tal como a alma penada de Pilão Deitado, homem de Lampião que teria morrido em trincheira e que contara ao narrador a história descrita no folheto.

Como é o inferno pra você? Como o inferno foi pintado? Como é o inferno popular? Após leituras e discussões, referencias ao inferno de Dante, chegamos a conclusão de um possível inferno sertanejo, de chão rachado, com uma organização urbana e social, com direito a diabos (habitantes do inferno) com nomes e cargos ... é possível?

Sim! Pra José Pacheco sim, e pra nós “teatreiros” também, no Teatro tudo pode, mas não pode qualquer coisa. Assim caminhamos, sob a luz âmbar do candieiro.

Alumia!

Por Saulo Santos.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Alumia Lampião

O início do processo de criação/pesquisa do nosso primeiro espetáculo "O TEATRO É DE CORDEL" está sendo delicioso...
A Partir das vivências do dia-a-dia de Artista/Sertanejo/de Rua, estudo de textos e imersão poética, experimentamos através de jogos a criação de personagens, as imagens e o vídeo a seguir mostram um pouco desses experimentos:







"Nos Sertões do Nordeste
Beatos e Cangaceiros,
Donos da vida e da morte,
Ajudados por coiteiros,
Viraram o mundo ao avesso,
Como heróis justiceiros.

O Virgulino Ferreira
Foi Imperador do Sertão,
Desarrumando o arrumado
Com o seu rifle na mão,
Respeitado pelo nome
Virgulino Lampião.

Uns falam de sua morte
Outros afirmam que não;
A puliça tá mentino
O povo tá com razão,
Cortaram a cabeça do Rei
E não mataram Lampião.

O amor de Lampião
Vestia roupa de chita,
Das veredas do Sertão
Ela era a mais querida,
O seu nome no cangaço
Era Maria Bonita.

Morte e amor neste filme,
com a sanfona a roncar,
Rifle, punhal e facão
Na briga de se danar
Levanta poeira do chão,
Vai Até o Sol Raiá."

(Alves Dias)


Por Matheus Xavier.

sábado, 6 de agosto de 2011

Pensar - fazer - refletir - re-fazer

É de muito gozo, que o CANDIEIRO ENCANTADO, vem dizer a toda comunidade que estamos pausando nossa primeira etapa enquanto grupo de teatro de rua. Sim, pausando, pois neste próximo final de semana (12 e 13/08) será nossa "última" viagem, pelos bares de Jequié...
Estamos produzindo o espetáculo completo, com mais de 1 hora de duração, que será oferecido GRATUITAMENTE a população Jequieense, por este motivo, vamos pausar as atividades de rua, pois precisamos trabalhar duro, para oferecer a população mais uma manifestação cultural de qualidade, com intuito de propagar a cultura sertaneja e o riso através da Arte.

Queremos agradecer com muito fervor, aos empresários que permitiram nossa entrada em seus estabelecimentos durante essa primeira etapa (Bar Panela Velha, Malhação, Café Quintal, Armazém Mineiro, Maria Maria, Caldos e Cia, Espetinho do Jequiezinho) e é claro, agradecer principalmente aos espectadores, que tanto nos ouviu...

O que fazemos, é oferecido à vocês! Obrigado.

Evoé a todos!

PS.: Você pode contratar O Candieiro Encantado para apresentar em sua empresa ou escola: 73 88070569 / 7388168861.

domingo, 17 de julho de 2011

Filha do Sol

Nada como uma bela letra de música ...

Filha do Sol - Geraldinho Lins

O perigo ta no tom, no tom, no tom marrom
O pecado ta na cor do seu batom
Feita pra mexer com todos nós
Jóia fina ou coisa parecida
Quem tentar dormir em seus lençóis
Passa de guerreiro a suicida
É pano banhado de luar
Dentadura branca de salina
Domina brejeira a me surrar
Com seu falso jeito de menina
Ela cheira como flor de açucena
Filha do sol, adora Iracema
Abelhinha principal da colméia do amor
O perigo ta no tom, no tom, no tom marrom
O pecado ta na cor do seu batom

domingo, 12 de junho de 2011

Alumiando a estrada...

"Flor minha flor, flor vem cá..."

O Candieiro Encantado pede passagem!
Ficando o pé nas raízes nordestinas/sertanejas, O Candieiro Encantado, grupo de teatro formado por atores e estudantes do curso de Artes Cênicas da UESB, viaja pelo universo popular da Literatura de Cordel, dos "causos" dos cantos e contos presentes no Nordeste verde e amarelo.
O épico (as histórias, narrativas), o dramático (personagens, peripécias) o lírico (a poesia, musicalidade) juntos no seu primeiro espetáculo "O Teatro de Cordel".

Évoé!